quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aprendendo a lidar com tempestades


Caminho, apenas por caminhar.
Sem pressa. Sem destino. Sem motivo. Sem ouvir as vozes lá fora.
Caminho, sussurando baixinho versos de uma antiga canção.
Caminho sozinha, sem me dar conta das pessoas que vez ou outra esbarram em mim e me pedem desculpa.
Caminho e aos poucos, sinto os pingos da chuva caindo sobre a minha cabeça, molhando meu rosto, fazendo pontinhos de água na minha roupa.
Meus passos lentos, começam a se tornar mais rápidos e me dou conta de que estou correndo em busca de um abrigo.
Correndo da tempestade.
Mas não sou somente eu a correr.
Vejo os demais correndo também.
Gritando uns com os outros.
Acotovelando-se em frente as casas que possuem alguma espécie de abrigo.
Crianças que teimam em ficar na chuva são empurradas por suas respectivas mães para o mais longe possível dos pingos.
Pessoas em gaurda-chuvas brigam entre si por espaços nas calçadas.
É assim. Todos fogem da tempestade.

Inclusive eu, mas enquanto corro, me dou conta de que a minha tempestade é apenas água. Roupa molhada, frio, gripe, cair na lama, esses são os riscos de se ficar exposta, no entanto, quando eu era criança, isso nunca foi problema, então, por que agora seria?
Diminuo o passo.
Vejo os rostos horrorizados se perguntando como alguém não tem medo de se molhar e apenas sorrio como resposta.
Estou na chuva, encharcada, me sentindo livre, me sentindo forte, com um força capaz de enfrentar a tempestade enquanto o sol não volta a aparecer.

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